quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O HOME E A MULHER


Á um espaço vazio

entre homens e mulheres.



Intervalo frio & limitado.


Vazio de fatos,

Vazio de épocas.


Circunstância, fato, pormenor.


Manifestação ruidosa do tempo.

Química essa que une os dois.

sábado, 30 de agosto de 2008

PAX ROMANA




Sinto terrivelmente uma paz súbita,

Uma ausência de lutas,

Violências ou perturbações sociais;


Uma tranqüilidade pública,

Que em vez de concórdia,

desperta na alma discórdia.


Sinto uma paz vazia,

a esvaziar a harmonia.


Talvez seja apenas a ausência de conflitos.



Ausência de conflitos íntimos;

Tranqüilidade de alma;

sossego:


Sinto uma paz terrível,

tal “Tratado de paz”.


Sinto a ausência de agitação ou ruído;

Sinto paz (?).

Então repouso, em silêncio...


Apreciando;

A PAZ GERADA PELAS ARMAS...

Rei Menino

(Teve ele os sonhos mais lindos jamais sonhados, e fez ele um enorme balão... o qual encheu com seus sonhos e esperanças... e deu ao povo que amava. Veio o homem, racional e senhor da criação e furou o balão.) Mestre Biriba.

Era uma vez, um reino distante e pacato habitado por crianças, era um reino pequeno, governado por um reizinho também pequeno, que vivia feliz com o seu reino e os súditos que o cercavam, no reino do povo em miniatura tudo era alegria, as nuvens brincavam no céu azul e a chuva rotineira sempre era saudada com muitas gargalhadas, o vento suave soprava, eterno e firme trazendo vida e esperança aquele povo.

Reino mais lindo jamais voltara a existir, o pequeno rei o havia criado com o seu próprio coração, de seus olhos brotava as águas que a tudo dava vida, e seu sorriso trazia conforto e alegria a população, sua pele se confundia com os campos verdejantes e as planícies distantes.


Era o rei sábio e prudente, mais ainda assim uma criança como todas as outras, andava o tempo todo descalço, e tinha os cabelos compridos, escorridos pelo rosto, dono de um sorriso maroto e eterno, era o reizinho sincero em suas crenças, o povo o amava e admirava, e assim a vida seguia seu rumo naquele pequeno reino, escondido e intocado pelo homem, onde amar era a única lei, onde todos eram irmãos e irmãs e a vida brotava sem pudor ou constrangimento.


Foi então que as margens do mar dos sonhos encontraram um homem trazido pelas ondas da vida, o homem fora tratado como um deles e como um deles viveu por muito e muito tempo, mas algo mudara o rei perdera o sorriso, e o vento leve fora substituído por uma brisa fria e repressora, o povo teve vergonha de sua nudez, e aos poucos regras foram sendo criadas, e perguntas formuladas, já não bastava a imaginação do pequeno reizinho para respondê-las como em certa vez num banquete em homenagem lua em que o reizinho explicava a todos as dificuldades que teve em criar as nuvens em algodão doce... Mais tudo agora mudara no reino dos pequeninos, agora não bastava, mais a imaginação do rei menino... Era necessário disciplina, razão e lógica, e o homem que com eles agora habitava deu a eles em retribuição a forma que fora tratado o dom do conhecimento e as leis que faziam seu mundo funcionar e que encantava os ouvidos daquele povo pequeno e sonhador.


O rei então adoeceu, e com ele o reino que ele criara! O reino dos pequeninos fora mergulhado em escuridão, o povo sentia fome e dor, algo nunca experimentado antes, mas aprenderam com o homem trazido pelas ondas da vida, que aquilo era normal, e era o preço a se pagar para se alcançar o paraíso, e falou ele então sobre o paraíso, as flores que lá nasciam às nuvens que lembravam algodão, sob o vento suave que nunca deixa de soprar trazendo esperança e paz à alma, e por horas a fio descreveu o rei menino que com amor conduzia aquele povo.


E ao fim da narração escutaram o grito do pequeno rei que diante de seus olhos começou a crescer até se tornara um homem feito, de olhos fundos e vazios, pele flácida e corpo doente. Aquela figura agora sombria que outrora fora seu reizinho, sorriu, mas não havia mais luz em seu rosto, e apoiando-se num galho de arvore cambaleou para dentro do abismo do tempo. E o povo pequenino em desespero percebeu já tardio que eles abandonaram o rei menino presente entre eles, iludidos pelo homem, eles sem perceber destruíram o paraíso a eles ofertado. Então em pânico o povo pequenino viu seu cordão umbilical ser cortado e entre os espíritos abortados eles foram lançados, e junto ao homem trazido pelas ondas da vida, esperam o dia que o rei menino voltara.

Fim.


Texto do Livro - Contos de Biriba - A ser lançado!